Desde sempre, somos educados a escolher uma profissão. Isso também aconteceu comigo. Ainda criança, a menina que gostava das letras e livros, apaixonada por escutar e contar histórias, já sabia que seria jornalista. E assim se fez a jornalista, formada em Comunicação Social na UFMG e, desde 2009, repórter do jornal Estado de Minas. Mas e quando o destino escolhe uma profissão para você? É quando tudo se torna mais especial.
A intimidade com as palavras sempre me levou a ser aquela figura que, na sala de aula, vira representante de turma; nos Natais de família, faz a dinâmica em que todo mundo chora no final; na formatura, lê os agradecimentos. Só que a gente cresce, os amigos casam e, de repente, eles te escolhem para ser… a celebrante do casamento.
Primeiro foram amigos, depois, a irmã até que chegou a minha vez. Eu e Pedro queríamos casar ao ar livre e não nos identificávamos com nenhum celebrante – juiz de paz, teólogo, pastor, reverendo, ninguém – e nenhuma celebração que reproduzisse o modelo da igreja. Sonhávamos com algo só nosso, do nosso jeito. Foi quando propus a ele para nós mesmos celebrarmos o casamento.
Pedro, um ex-gago, topou o desafio. Foi lindo. A noiva e o noivo falando sobre o amor para seus próprios convidados. Nesse dia, já não era mais possível negar a profissão que havia nascido em mim. Assim se fez a celebrante, uma jornalista apaixonada por escutar e contar histórias de amor. E que assim seja.